Pesquisar este blog

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Metodologias ágeis - segunda parte

Olá pessoal, tudo bem?

Algumas mudanças aconteceram na minha vida profissional nos últimos dias, dias corridos e cheios de surpresas, a grande maioria boas surpresas. Vou dedicar uma postagem para falar exclusivamente da empregabilidade do gerente de projetos, mas esse é um outro assunto...

Voltando à ativa no blog, gostaria de retomar as questões que discuti no meu penúltimo post, quando comecei a falar sobre metodologias ágeis e sua origem nos projetos de criação de produtos.
Naquele post fiz menção de que a metodologia PMI não era adequada a projetos de desenvolvimento de produtos, devido ao alto grau de incertezas presentes nesse tipo de projeto, este post é para defender esse ponto de vista, sem querer ser o dono da verdade, mas fazendo uma análise crítica sobre os prós e contras para que vocês possam tirar suas próprias conclusões.

Em ambientes de projeto convencionais, baseados no PMI, o termo requisição de mudança ou change request normalmente causa arrepios em muitos stakeholders. Mudanças normalmente não são benvindas em projetos. Mudanças (em geral) não são benvindas em nossas vidas. Somos moldados para resistir à mudança pelos nossos costumes, hábitos, crenças, etc, etc, etc... sem nos lembrarmos que foi a mudança que deu origem à raça humana....

Pois bem, depois da divagação, vamos voltar ao ambiente de projeto. Imagine que você está gerenciando um projeto e tudo está caminhando bem, os prazos estão sendo cumpridos, o orçamento, apesar de apertado, vai cobrir todo o restante do trabalho e o status de completude está em 95%. Você e a equipe já estão em ritmo de festa, planejando o que irão fazer no próximo fim de semana, coisa e tal, quando um gerente do negócio entra na sala (claro que isso sempre acontece às sextas-feiras às 17 e alguma coisa...) e diz aquilo que todos não querem escutar: "Pessoal, acabamos de sair de uma reunião, e a diretoria precisa mudar um pouco o projeto..." Não preciso dizer qual seria a cara de quase todos os membros da equipe, que dirá a do gerente do projeto. O pensamento "poxa, logo agora que a gente ia terminar esse projeto???" quase sempre vem à cabeça de todos...

Sob a ótica do PMI serão mais horas e horas de replanejamento, retrabalho, documentos, procedimentos e tudo o mais que normalmente é exigido para controlar uma mudança. O ímpeto humano de resistir aparece forte como o incrível Hulk e a reação é quase sempre a de dizer "ah, isso não dá pra fazer"...

Quantos de vocês já não tiveram vontade ou fizeram isso nessas situações? Acredito que muitos...

Mas porque somos tão avessos à mudanças? Por que ninguém gosta de trabalhar com incertezas... A incerteza gera insegurança, e isso mina as resistências de qualquer um. Outra coisa é que as mudanças normalmente não são acompanhadas de um aumento de prazo, ou de mais verba para o projeto. Tem que mudar e pronto!

A visão sobre as mudanças instituída pelos métodos ágeis é de que elas são inevitáveis, e muitas vezes são benéficas ao produto que o projeto está produzindo (principalmente em projetos com alto grau de incerteza), sendo assim, lutar contra as mudanças é inútil, pois elas SEMPRE ocorrerão. Então vamos encara-las como parte do projeto, e vamos trata-las adequadamente para que elas sejam encaixadas no plano.

A vantagem do método ágil para o tradicional neste quesito é que, como a mudança é esperada, a equipe não fica surpresa com isso (e nem o GP), e existe um fluxo pré-combinado com os stakeholders, onde as mudanças são avaliadas, mensuradas e então implementadas em prazo exequível. Tudo numa boa... E como o produto vai sendo desenhado de forma progressiva, e entregue em pacotes funcionais, as mudanças normalmente não são tão impactantes para o projeto como um todo, pois o que foi entregue e aceito está pronto, desse modo a mudança não impactará nos itens já entregues.

Parece sonho? Mágica? É... na prática as coisas nem sempre são assim... Mas mudar a atitude diante de uma mudança não planejada já é o primeiro passo para parar de sofrer com ela... Pense nisso!

Saúde e sucesso!